Espetáculo
AS
CUMADI VEIA
PERSONAGENS
Zé
do Peixe
Cumadi
Tonha
Cumadi
Zumira
Cumadi
Margarida
Cumadi
Catirina
Seu Tiquim
(Zé
entra com vara de pescar, lamduá e bornal pra ir pescar assobiando)
ZÉ DO PEIXE – Todo tipo de peixe eu conheço e você pode
apostar; Piranha, Bodó, Traíra, Crumatã, Pacu, Píau, Tabaquim, Galim,Tucunaré e
Jacundá. Eita que é peixe pra
num se acabar, mais num pense vocês que eu me esqueci do carar, esse peixe é
bom demais de pescar. Dou valor demais uma pescadinha, e foi numa dessas minha
pescaria que vi uma arrumação que agora eu vou contar; Muito antigamente no
interior, as muier se ajuntava pra ir no ri, lavar as roupa incomendada, pois
pra isso elas eram paga. Roupa fina, roupa de grife, roupa branca que voltava
alva. Elas lavava pra grandes famia conhecida por toda cidade. As lavadeira,
também eram ingomadeira e andavam muitas légua pra cumprir sua jornada,
entregar as roupa bem direitinha, lavadinha e bem passada. E foi justamente nessas
minhas andança, num dia que eu tava a pescar, que di repente um grupo de
lavadeira chegou, e começou a cunversar.
(Entra
as lavadeira em cena com as bacia e trouxa na cabeça cantando, som de pássaro e
rio)
CATIRINA - Eita cumadi que as minhas pernaveia ta só os
mulambo de ta lavando essas roupa acocada
ZUMIRA - Nem me fale cumadi, os meus quarto ta
arriadim, parece que quanto mais eu recramo pior fica
TONHA - Eu vou cuidar logo in lavar esses mulambo
pra butar logo pra cuarar, pq essas roupa do vei Tiquim da muita raiva de
lavar, só agua pru cima mermo é o que vou passar
MARGARIDA - Num sei como tu aguenta cumadi!
TONHA - É o jeito né, o pão nosso di cada dia a
gente tem que ganhar, já que o marido ta na lida a gente lava roupa pra ajudar
CATIRINA - Graças a Deus que as roupa de coroné migué é
boa de lavar
ZUMIRA - As de doutor Galeno eu num tenho do que
recramar
TONHA - Mais essas roupa do seu Tiguim num tem quem agüente
negrada, pois as cueca do cabra vei, num é que ta tudo cagada,
MARGARIDA - Iga diacho tem merda pra todo lado.
CATIRINA - Fosse eu, lavava só as limpa e as outa
cagada eu jogava
TONHA - O probrema é que num tem as outa, por que ta
tudo impregnada. (Rir e começam a lavar e bater as roupa cantando)
ZÉ DO P. - Ainda tinha dessas coisas, pras pobi das
coitada, que alem de lavar roupa suja, ainda pegava umas cagada. Era assim o
vei Tiguim conhecido pelo inxirimento, num pudia vê uma veia, que já queria
cabimento, inventava logo uma canturia, pra chamar atenção, gostava de tomar
baim no riacho, pra nas cumadi passa a mão, pense num vei invocado, cheio de
arrumação. (Chega o
vei Tiquim so de calção com um toalha no ombro pra tomar banho no rio. As
cumadis se olham e começam a fazer cara feia)
TIQUIM - Eita que incontrei aqui, uma linda paisage, quatro
veia lavadeira, e pensei que era mirage, sei que uma lava a minha roupa
TONHA - (A cumadi completa) - Por que as ota num tem coragem (Riem continuam
lavando roupa e olhando as rumações do véi)
TIQUIM - (Musica)
num tem nada mais
ingrato
do que a velhice
chegando
as mão vai perdendo o
tato
as perna se
trambicando
molha o bico do sapato
pra mijar é um
aperreio
cocô num faço em
penico
se acocorar dói o fémo
quanto mais velho eu
fico
cada vez fico mais
feio
ai, ai, ai. ai, ai,
ai.
ai, ai, ai. ai ai ai
ai ai ai ai ai!
as trôxa se esvazeia
a péia fica pelanca
vai crescendo a
sobrancelha
e a piroca empanca
a voz vai ficando feia
e as ureia se encabela
os ossos se distióra
os quarto desencadela
mais passa o tempo,
pióra
mais o véi se disunera
ai, ai, ai. ai, ai,
ai.
ai, ai, ai. ai ai ai
ai ai ai ai ai!
Os treco é tudo
encruado
dá dor da goela à
canela
os ovo é incriquiado
enxexela inté a
chinela
o figo é distiorado
o côro é todo
incardido
dói istombo, dói
pulmão
pense nos meu pissuido
o véi num tem mais
tesão
os troço é tudo caído
ai, ai, ai. ai, ai,
ai.
ai, ai, ai. ai ai ai
ai ai ai ai ai!
houve um tempo, o véi
gostava
de loira, de ruiva e
morena
todas ela eu futricava
eu botava era sem pena
chega a pimba
desbotava
nos meu tempo de rapaz
já fiz muita
estrepolia
mas foi muito tempo
atrás
eu pimbava todo dia
eu tô véi, num pimbo
mais!
eu pimbava todo dia
eu tô véi, num pimbo
mais!
eu pimbava todo dia
eu tô véi, num pimbo
mais!
ai, ai, ai. ai, ai,
ai.
ai, ai, ai. ai ai ai
ai ai ai ai ai!
ZUMIRA - Tenha vergonha vei safado, sai daqui e vá simbora
agora
MARGARIDA - Que cabra vei imoral, onde é que nos tamo
que nós num lhe lasca o pau
TONHA - Inspixa vei daqui e leva tuas roupa moíada
que alem de tudo, tu ainda me manda cagada
TIQUIM - Oxente cumadi, eu pensei que você tava até
acustumada, lavar as minhas roupa com essas bosta espalhada
CATIRINA – Ai é! Pois toma véi safado...
(Elas
partem pra cima do véi Tiquim que corre pelo espaço levando uma surra de roupa
molhada. Saem de cena)
ZÉ DO P. - E nessa esculhambação eu ali num peguei uma
piaba, mais já pensou eu pegar uns peixim, tudo gordim, de comer as merda das cueca
cagada!
(Risada
e sai assobiando ao som da musica)
Autoria
e Direção
Célio Mendes
0 comentários:
Postar um comentário